Hoje o Pergaminho Científico inicia a série especial de entrevistas "Por onde anda você?". Através dela você vai saber o que andam fazendo os antigos participantes do Projeto Ciência, Arte & Magia!
Lembranças
Um dos primeiros integrantes do Projeto Ciência Arte & Magia, Marcos Vinícius Cunha Leal entrou aos 15 anos no CAM. Hoje, aos 22 anos, é formado em Educação Física e Técnico do Laboratório de Anatomia Humana do Centro Universitário Jorge Amado. Em entrevista, Marcos nos contou a sua experiência quando esteve no grupo e todo o aprendizado que levou e se beneficiou como profissional e como pessoa.
“Eu queria algo que me ajudasse na minha formação”. É assim que Marcos explica o motivo que o levou até o Ciência, Arte & Magia em 2005. Aos 15 anos, já sentia necessidade de algo que complementasse as atividades escolares, até que uma professora de Biologia lhe avisou que a Ufba estava selecionando estudantes para fazer Iniciação Científica Júnior no Colégio Estadual Evaristo da Veiga, onde estudava. Apesar de não saber exatamente do que se tratava a atividade, Marcos se candidatou a uma das vagas e felizmente foi selecionado. Mais tarde ficou sabendo que o seu comprometimento e a responsabilidade que demonstrava com seus estudos foram as principais causas da sua entrada no grupo: “Se as notas fossem o principal critério de seleção, com certeza eu não estaria sendo entrevistado agora!”, brinca.
Quando começaram as atividades, vieram os desafios: Como se comportar? Como proceder? Como conseguir desenvolver um trabalho? Eram questões de um garoto de 15 anos que se via num ambiente onde nunca imaginou estar: numa universidade pública. Marcos nunca imaginou pesquisar sobre a profissão que queria exercer, e quando começou o trabalho de linha do tempo, no qual fez uma linhagem histórica dos principais construtores da educação física, ficou bastante satisfeito. Teve a oportunidade de melhorar a leitura, que julgava ser uma das suas maiores dificuldades, já que não tinha o hábito de ler, pesquisar e investigar: “Esses foram elementos que o projeto me ensinou a gostar e me mostrou o quanto eles são importantes na nossa vida”.
Marcos com os colegas no Centro de Ciências (acima);
Apresentando o seu trabalho para a turma (abaixo).
Grandes momentos também marcaram a sua trajetória no grupo, e Marcos cita como inesquecíveis as viagens à Florianópolis para participar da SBPC Jovem, na Universidade Federal de Santa Catarina, em 2006, e para Belo Horizonte, onde apresentou trabalho na I Feira Nacional de Ciências da Educação Básica, na Universidade Federal de Minas Gerais, no mesmo ano. Mesmo assim, nem mesmo a oportunidade de apresentar sua pesquisa em outros lugares e conhecer estudantes de Iniciação Científica de outros Estados foi mais satisfatória do que as visitas a colégios públicos de Salvador com o teatro de fantoches, uma das atividades do CAM. Ver a alegria no olhar e o entusiasmo das crianças era algo motivador: “Saber que eu estava sendo o motivo de alegria na vida daquelas crianças era algo único, e que eu nunca tinha imaginado poder fazer”, conta destacando o grupo de estagiários e professores que realizavam junto com ele a atividade.
A caminho de Florianópolis, Marcos posa para foto com o grupo (acima);
Na UFSC, com o Dr. Isaac Roitman (abaixo).
Passado algum tempo, Marcos foi se tornando pioneiro no Projeto, indo apresentá-lo em outras escolas junto com a coordenação. Hoje, licenciado em Educação Física pela UNIRB, já teve experiências como profissional e pretende fazer uma especialização para fisiologia do exercício, um ramo voltado para a área em que já trabalha no laboratório de Anatomia Humana. Ao contar em linhas gerais a enorme contribuição do CAM para sua vida profissional, ressalta que aprendeu que a distância entre o ensino público e a universidade não é tão grande, e que um sonho pode virar realidade, desde que façamos por merecer a conquista. Para o seu crescimento como pessoa, Marcos assinala algo muito maior: “Os nossos momentos de discussão e reflexão me tornaram uma pessoa que, mesmo nos momentos mais difíceis e estressantes da vida, adquiriu a capacidade de respirar e analisar 100 vezes antes de tomar qualquer atitude. Se todos conseguissem isso, com certeza não haveria tantas brigas entre as pessoas”.
Um comentário:
Marcos, tenho muitas saudades de você. Só sinto não ter sido avisada por você da sua formatura para poder te prestigiar. Um saudoso abraço. Rejâne Lira
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