terça-feira, 13 de julho de 2010

Por Onde Anda Você? Marcos Vinícius Cunha Leal



Hoje o Pergaminho Científico inicia a série especial de entrevistas "Por onde anda você?". Através dela você vai saber o que andam fazendo os antigos participantes do Projeto Ciência, Arte & Magia!


Lembranças

Um dos primeiros integrantes do Projeto Ciência Arte & Magia, Marcos Vinícius Cunha Leal entrou aos 15 anos no CAM. Hoje, aos 22 anos, é formado em Educação Física e Técnico do Laboratório de Anatomia Humana do Centro Universitário Jorge Amado. Em entrevista, Marcos nos contou a sua experiência quando esteve no grupo e todo o aprendizado que levou e se beneficiou como profissional e como pessoa.


“Eu queria algo que me ajudasse na minha formação”. É assim que Marcos explica o motivo que o levou até o Ciência, Arte & Magia em 2005. Aos 15 anos, já sentia necessidade de algo que complementasse as atividades escolares, até que uma professora de Biologia lhe avisou que a Ufba estava selecionando estudantes para fazer Iniciação Científica Júnior no Colégio Estadual Evaristo da Veiga, onde estudava. Apesar de não saber exatamente do que se tratava a atividade, Marcos se candidatou a uma das vagas e felizmente foi selecionado. Mais tarde ficou sabendo que o seu comprometimento e a responsabilidade que demonstrava com seus estudos foram as principais causas da sua entrada no grupo: “Se as notas fossem o principal critério de seleção, com certeza eu não estaria sendo entrevistado agora!”, brinca.

Quando começaram as atividades, vieram os desafios: Como se comportar? Como proceder? Como conseguir desenvolver um trabalho? Eram questões de um garoto de 15 anos que se via num ambiente onde nunca imaginou estar: numa universidade pública. Marcos nunca imaginou pesquisar sobre a profissão que queria exercer, e quando começou o trabalho de linha do tempo, no qual fez uma linhagem histórica dos principais construtores da educação física, ficou bastante satisfeito. Teve a oportunidade de melhorar a leitura, que julgava ser uma das suas maiores dificuldades, já que não tinha o hábito de ler, pesquisar e investigar: “Esses foram elementos que o projeto me ensinou a gostar e me mostrou o quanto eles são importantes na nossa vida”.


       A orientação recebida pelas professoras do Ciência, Arte & Magia ajudavam Marcos a se desenvolver cada vez melhor dentro do Centro de Ciências: “Sempre tinha alguém do meu lado, tirando dúvidas e disposto a ajudar”, conta. Foi com elas que aprendeu as regras do laboratório e com quem criou o seu primeiro e-mail. Até hoje, as leis de biossegurança que aprendeu nas palestras e atividades do CAM lhe ajudam no trabalho de Técnico de Laboratório. No tempo da graduação, foi muito beneficiado com os conhecimentos adquiridos. Conta que no primeiro semestre algumas disciplinas faziam um breve histórico da educação física e a sua linha do tempo contribuiu muito nessa fase, até para ajudar outros colegas que estavam com dificuldades. Isso sem falar nas regras da ABNT, tiradas de letra, já que no projeto exercitava a produção de artigos científicos.


Marcos com os colegas no Centro de Ciências (acima); 
Apresentando o seu trabalho para a turma (abaixo).

Grandes momentos também marcaram a sua trajetória no grupo, e Marcos cita como inesquecíveis as viagens à Florianópolis para participar da SBPC Jovem, na Universidade Federal de Santa Catarina, em 2006, e para Belo Horizonte, onde apresentou trabalho na I Feira Nacional de Ciências da Educação Básica, na Universidade Federal de Minas Gerais, no mesmo ano. Mesmo assim, nem mesmo a oportunidade de apresentar sua pesquisa em outros lugares e conhecer estudantes de Iniciação Científica de outros Estados foi mais satisfatória do que as visitas a colégios públicos de Salvador com o teatro de fantoches, uma das atividades do CAM. Ver a alegria no olhar e o entusiasmo das crianças era algo motivador: “Saber que eu estava sendo o motivo de alegria na vida daquelas crianças era algo único, e que eu nunca tinha imaginado poder fazer”, conta destacando o grupo de estagiários e professores que realizavam junto com ele a atividade.
                                  
                               

A caminho de Florianópolis, Marcos posa para foto com o grupo (acima);
Na UFSC, com o Dr. Isaac Roitman (abaixo).

Passado algum tempo, Marcos foi se tornando pioneiro no Projeto, indo apresentá-lo em outras escolas junto com a coordenação. Hoje, licenciado em Educação Física pela UNIRB, já teve experiências como profissional e pretende fazer uma especialização para fisiologia do exercício, um ramo voltado para a área em que já trabalha no laboratório de Anatomia Humana. Ao contar em linhas gerais a enorme contribuição do CAM para sua vida profissional, ressalta que aprendeu que a distância entre o ensino público e a universidade não é tão grande, e que um sonho pode virar realidade, desde que façamos por merecer a conquista. Para o seu crescimento como pessoa, Marcos assinala algo muito maior: “Os nossos momentos de discussão e reflexão me tornaram uma pessoa que, mesmo nos momentos mais difíceis e estressantes da vida, adquiriu a capacidade de respirar e analisar 100 vezes antes de tomar qualquer atitude. Se todos conseguissem isso, com certeza não haveria tantas brigas entre as pessoas”.



Um comentário:

Unknown disse...

Marcos, tenho muitas saudades de você. Só sinto não ter sido avisada por você da sua formatura para poder te prestigiar. Um saudoso abraço. Rejâne Lira