sábado, 5 de julho de 2008

Profª. Rejâne Lira apresenta o Projeto Ciência, Arte & Magia em um Seminário na Universidade de Lisboa


Dia 28 de maio, a Profª. Rejâne Lira, apresentou a comunicação oral, “Desafios e Perspectivas de um Programa Brasileiro de Educação Científica”, no 1º Seminário de História do Ensino da Matemática e das Ciências, na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (FCUL).

O Seminário, promovido pelo Centro de Investigação em Educação da FCUL, propôs tratar, entre outros, dos seguintes temas: processo de integração curricular e o lugar no currículo das disciplinas de Matemática e de Ciências; conteúdos programáticos e manuais escolares; práticas pedagógicas desenvolvidas nesse âmbito; perfil profissional dos professores de Matemática e de Ciências; trabalhos de alunos e apropriação dos saberes escolares; objetos materiais e espaços associados às atividades das disciplinas. Além disso, juntar os especialistas que têm se dedicado ao assunto e promover o intercâmbio com investigadores de outros países. Todos os trabalhos apresentados vão compor um livro e um CD room, divulgado a partir de Outubro deste ano.

A Profª. Rejâne Lira, falou que o Programa Social de educação, vocação e divulgação científica Ciência, Arte & Magia é uma pesquisa-ação que se propôs a contribuir para transformar o cenário de caos na educação brasileira, através da Educação Científica. Disse que ele tem como objetivo principal despertar as faculdades latentes do educando, com a expansão da cultura científica entre os jovens.

Apresentou os resultados do Projeto em relação à Escola, aos Educadores, aos Educandos, ao Conhecimento e à Educação.

Em relação à Escola, mostrou que foram implantados, com o auxílio financeiro da Financiadora de Estudos e Projetos/Ministério da Ciência e Tecnologia (FINEP/MCT, 2005/2007), do Ministério da Educação (MEC, 2006/2007), da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO, 2006) e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (FAPESB, 2005/2008), 6 (seis) Centros Avançados de Ciências, 4 (quatro) em Salvador: no Instituto de Biologia/UFBA, para atender, a estudantes do Colégio Estadual Evaristo da Veiga, no Colégio da Polícia Militar, no Colégio Estadual Odorico Tavares e na Escola Estadual Alfredo Magalhães; e mais 2 (dois) no interior do Estado, no Colégio da Polícia Militar Diva Portela, em Feira de Santana e no Centro Educacional de Seabra, na Chapada Diamantina, estes últimos atendendo inclusive aos anseios de interiorização deste tipo de ação. Disse que, “É claro que o sucesso dos Centros não dependeu apenas do apoio deste Projeto, mas do incentivo da Comunidade escolar, principalmente dos estudantes e da sua equipe pedagógica, além da direção na manutenção da infra-estrutura para a execução das tarefas que necessitam de recurso”.

Em relação aos Educadores, falou do objetivo de capacitar os Professores do ensino de Ciências da Educação infantil ao Ensino médio, quanto ao aprofundamento dos saberes disciplinares de forma interdisciplinar, articulada e integrada: “Trabalhamos com. 24 (vinte e quatro) Professores para atuar nos CAC e foram capacitados. cerca de 300 (trezentos) professores em 30 (trinta) atividades. Entre as atividades, foram promovidos Cursos, Oficinas, Ciclos de Palestras e de Conferências, com professores da UFBA e de fora do Estado, seja na própria Escola, seja nos Eventos das Semanas Nacionais e Estaduais de Ciência e Tecnologia (2005-2007), promovidas pelo MCT e Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação da Bahia (SECTI)”.

Em relação aos Educandos, apresentou que já fizeram parte do Programa cerca de 230 (duzentos e trinta) nestes três anos e meio de funcinamento: “Quarenta e dois estudantes receberam bolsas de Iniciação Científica Júnior (20%), oferecidas pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), através de Programas Interinstitucionais de Iniciação Científica (PIBIC/UFBA – Universidade Federal da Bahia e PIBIC/UEFS – Universidade Estadual de Feira de Santana) com o apoio da FAPESB. Em 2005/2006 foram 3 (três) bolsistas, em 2006/2007, 13 (treze) e em 2007/2008 foram 26 (vinte e seis), desenvolvendo planos de pesquisa nas diversas áreas do conhecimento, tanto orientados por Professores da UFBA, quanto da UEFS”.

Quanto ao Conhecimento e sua divulgação, falou que toda a produção do Projeto foi publicada em 5 livros, 4 livros de resumos e 22 vídeos, apresentados nos Eventos organizados pela equipe do Projeto, durante as Semanas Nacionais e Estaduais de Ciência e Tecnologia (2005-2007) e durantes as reuniões da SBPC Jovem (2006-2007): “Toda esta produção pode ser acessada gratuitamente através do site do Projeto, www.cienciaartemagia.ufba.br. Chamou a atenção para a importância do Jornal On line Projeto, Pergaminho Científico, para a divulgação das atividades do Projeto, com as contribuições de Professores e Estudantes.

Em relação à Educação, afirmou que: “Pudemos desenvolver o Criativismo, que consiste em uma Teoria de Ensino totalmente inovadora, que tem como base a Criatividade, tanto dos discentes, quanto dos docentes, no desenvolvimento das atividades. Na sua didática deve o professor buscar desenvolver situações diversas, através de técnicas de ensino, que sejam, ao mesmo tempo, inteligentes, interessantes e instigantes. Entre elas, está a Experimentação, Os Novos Construtores, visitas a espaços museológicos, participação em Eventos Científicos, dentro e fora do Estado da Bahia, além óbvio da produção e divulgação de resumos e artigos científicos”.

Mostrou que todo este esforço repercutiu diretamente na concepção de Ciência por parte destes jovens. Apresentou a pesquisa realizada e publicada em 2007 (A concepção de ciência de estudantes de um projeto de educação científica do ensino não-formal, Jucá et al., 2007), que mostrou uma mudança significativa no processo e na mudança de concepção de Ciência por parte destes jovens. Os estudantes foram avaliados através de pré e pós-testes, e falou que o resultado já era esperado, uma vez eles ingressaram em um programa não formal de educação científica.

Finalmente, a Professora disse: “Acreditamos, assim como Gohn (2001) que a educação não formal não pretende substituir ou desvalorizar a educação formal, mas sim somar-se a ela com o intuito de promover ações transformadoras da educação e do educando. Durante as atividades realizadas com os estudantes, enquanto educadores da ciência, objetivamos associá-las com aspectos construtivos e interdisciplinares, como a arte, a cultura, a história, a filosofia. Também procuramos desmistificar tanto a ciência como os cientistas, entendidos por nós como professores e trabalhadores como tantos outros, mesmo com as suas particularidades. Julgamos necessário mostrar que a ciência é uma importante ferramenta, entre tantas, a ser utilizada para clarear as idéias, entendimentos e noções sobre a natureza, a sociedade, enfim, sobre o mundo. Deixo aqui meus agradecimentos aos estudantes, professores, pais, coordenadores e diretores das escolas, enfim todos os que apoiaram esta iniciativa. Agradeço principalmente à equipe tão dedicada deste Projeto, aos apoiadores, entre eles FINEP/MCT, FAPESB, MEC e UNESCO e ao amigo e sempre incentivador, Dr. Isaac Roitman (MCT).

*A Profª. Rejâne Lira é Pós-doutoranda do Museu Nacional de História Natural da Universidade de Lisboa.

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