sábado, 10 de maio de 2008

Inércia ou inércias?


Inércia ou inércias?

Outro dia estava eu conversando com o Prof. de Física Jorge Lucio e falávamos da nossa ansiedade para mudarmos a face do ensino das ciências. Falávamos das dificuldades que encontrávamos para tanto e da resistência que se nos impunham os circunstantes.

Na minha ousadia peculiar de me intrometer na seara alheia, mero licenciado em Biologia, ensinando Química por circunstâncias, pedi ao colega licença para inquiri-lo e perguntei: sabe você o que é inércia? Evidentemente que sabia e a resposta veio imediata, “é a primeira Lei de Newton”. Não satisfeito, pedi o enunciado e sem tardança veio a resposta:

"Um corpo em repouso irá permanecer em repouso até que alguém ou alguma coisa aplique uma força resultante diferente de zero sobre o mesmo.Um corpo em MRU irá permanecer em MRU até que alguém ou alguma coisa aplique uma força resultante diferente de zero sobre o mesmo"

Sim, disse eu. Para vencer a inércia é, portanto, necessária que uma força aja sobre este corpo, então posso dizer que inércia é uma força capaz de modificar o estado de repouso ou movimento de um corpo. Perdoem-me os Físicos.

Aí eu perguntei: então esta força deve ser diretamente proporcional a massa deste corpo? Não sei se por mera educação ou pelo raciocínio, que me pareceu lógico, ele concordou.

Pois é meu caro Professor, existe também na Biologia e na Sociologia (olha minha ousadia de novo) uma outra inércia que é a causa de toda esta nossa dificuldade e o peso para todos aqueles que buscam melhorar o ensino.

Intrigado ficou Lúcio, apesar de toda sua lucidez, sem demora mandei minha explicação:

Inércia biológica é a inércia mental que dificulta ou inibe toda e qualquer melhora. Assim como para vencer a inércia da Física de Galileu e Newton é necessária a aplicação de uma força tanto maior quanto a massa do corpo, para vencer a inércia biológica também se faz necessário aplicar-se uma força, só que, diferentemente, ela será exponencial e inversamente proporcional à massa encefálica do indivíduo, ou seja, tanto maior quanto menor for sua massa encefálica

Já passava do meio dia, fomos almoçar.

Herval Leal é Biólogo, Professor do Colégio Estadual Odorico Tavares e nosso Colaborador no Projeto Ciência, Arte & Magia.

2 comentários:

Monkey disse...

Concordo plenamente com o raciocínio do professor Herval Leal, se bem que o diálogo deixou, pelo menos para mim, um gostinho de "quero mais".

Anônimo disse...

É isso mesmo caro amigo Herval, estamos todos contaminados pela inércia biológica. Queria saber muito que força utilizar para demover disso. Quem sabe além da externa, necessária e urgente, mais ainda uma força interna em que cada um pudesse fazer uma auto-reflexão...mas isso requer humildade, determinação e sentimento de mudança. Quem se oferece?