quinta-feira, 13 de maio de 2010

Postagem Especial: A Simetria nos Seres Vivos

O Pergaminho Científico traz uma figura ímpar do Centro anvançado de Ciências - Instituto de Biologia UFBa - para nosso post especial: "Correspondente por um Dia" . Vamos ver o quê ilustre André tem a nos dizer sobre as pesquisas que anda fazendo com relação à simetria nos seres vivos... envolve biologia, cálculos matemáticos... enfim, explica isso direito pra gente André, é com você!

- Olá, meu nome é André Luis Melo, tenho 15 anos, sou estudante do Colégio da Polícia Militar (Dendezeiros), Bolsista de Iniciação Científica Júnior da FAPESB e orientado pela Profª. Rejâne Lira* e hoje estou como Correspondente por um Dia do blog Pergaminho Científico.

Muitas perguntas rondam a minha cabeça de jovem cientista: Os seres vivos são simétricos? Existe relação entre as simetrias estudadas na matemática e às encontradas nos seres vivos?
Como os seres vivos podem ser agrupados segundo a sua simetria?

Pensando nisso, andei pesquisando e descobri que os seres vivos podem sim ser agrupados por vários aspectos, contanto que todos os componentes do grupo compartilhem uma mesma característica. Como muitos biólogos apontam, um desses aspectos é a simetria. Tomando como base a Filogenia (quer dizer estudo do agrupamento dos seres vivos, por suas afinidades, com base no ancestral comum) dos animais (Reino Metazoa ou Animalia), pode-se perceber que os Filos mais basais, ou seja, mais “primitivos”, como os Porifera (esponjas), Cnidaria (anêmonas, águas-vivas e corais) e Ctenophora (águas-vivas-de-pentes) possuem, geralmente, simetria radial, porquanto os outros demais Filos, geralmente, possuem simetria bilateral. Entretanto, isso não é regra, pois, há também animais assimétricos, ou seja, não possuem simetria, como as esponjas, que já falamos antes e, seres que evoluíram com uma simetria radial, mesmo não estando entre os três filos mais “primitivos”. É o caso das estrelas-do-mar, que pertencem ao Filo Equinodermata. Visto isso, podemos agrupar os animais de acordo com a sua simetria, independente da sua posição na escala evolutiva: os que não possuem simetria (Assimétricos), os que possuem simetria radial (Radiata), e os que possuem simetria bilateral (Bilateria), sabendo que alguns animais vão aparecer em mais de um destes grupos.

Essa característica estrutural dos seres vivos está intrinsecamente relacionada com a sua arquitetura interna, a qual se adaptou às condições do ambiente, proporcionando, a depender da simetria, vantagens na locomoção e percepção do ambiente, por exemplo. Assim, pode-se perceber que um aspecto estudado na matemática, como as simetrias, se aplica perfeitamente na biologia e que serve até como critério de classificação dos seres vivos. Isto é muito interessante e nos leva a concluir que, a idéia de pureza total da Matemática pode ser descartada e que, a presença de diferentes simetrias nos seres vivos segue como característica adaptativa aos seus diferentes modos de vida.

- Aqui é André Melo, no Informante por um dia , para o Pergaminho Científico. Até a próxima!

*coordenadora do Programa Social de Educação, Vocação e Divulgação Científica da Bahia.

Um comentário:

-André- disse...

kkkkkk adorei o "figura ímpar" <<
Obrigado Mab, é tão legal isso!! :D