Ser um Cientista

Ser um cientista

Tão amplo quando o conceito de ciência é o de cientista. Ciência, normalmente definida por “saber adquirido pela experiência e pela observação; produção cultural humana”, pode estar relacionada a qualquer área de conhecimento. Mas essa é outra discussão. Cabe-nos aqui discutir o que é ser um cientista.

De um modo geral, o censo comum classifica o cientista como uma pessoa distante de sua realidade, alguém sério que passa os seus dias enclausurado em laboratórios. Existem ainda algumas pessoas que julgam cientistas pessoas altamente cultas e frias. Contudo, um verdadeiro cientista precisa ser muito sensível. Sensível a tudo que acontece ao seu redor, para desses acontecimentos extrair todas as lições possíveis.

Ser cientista não está necessariamente ligado a fazer pesquisas químicas ou físicas. Sua atuação pode abranger toda existência humana e seus produtos, inclusive suas emoções. Suas investigações podem ir desde a energia cósmica que move o universo, passando pela fé, até o movimento atômico ou o canto dos pássaros. Afinal, talvez seja tudo uma coisa só. E o que tornaria Einstein mais cientista do que eu ou você, desaparece quando a nossa ciência é fazer aquilo que amamos.

Antes de qualquer coisa, um cientista é um ser humano e como tal, está em maior ou menor intensidade, susceptível a sentimentos. Não pode se tratar de alguém que cataloga descobertas feitas através de experiências. Precisamos de cientistas que vão além, aqueles que tem o horizonte como meta, mas ainda assim, durante o caminho, param e plantam a amizade e o respeito. Um cientista de verdade não é só aquele que sabe que o sol é a maior estrela do nosso sistema, mas aquele que é capaz de se emocionar quando ele se põe. Um cientista de verdade não é só aquele que sabe todo o ciclo da água, mas aquele a quem a chuva irriga sonhos.

Orlando Augusto de Santana Pinto
Ciência, Arte & Magia.