sexta-feira, 19 de março de 2010

Curso de Extensão


Em comemoração ao Ano Internacional da Biodiversidade o Núcleo Regional de Ofiologia e Animais Peçonhentos da Bahia - NOAP, está promovendo o Curso de Extensão "Os Bichos do Museu vão à Escola", com carga horária de 80 horas, apenas para profissionais. É uma parceria entre a UFBA, o IPAC (SECULT) e o IAT (SEC).

Por: Profª Rejâne Lira, coordenadora do NOAP/UFBA

quinta-feira, 18 de março de 2010

CONVITE - SALA VERDE


A Sala Verde Ciência, Arte & Magia da Universidade Federal da Bahia (UFBA) tem a honra de convidar-lhe para a abertura do Ano Internacional da Biodiversidade, que será realizada no Anfiteatro 132 do Instituto de Biologia da UFBA, no dia 26 de março, às 14h.
Na ocasião haverá apresentação do trabalho "Salas Verdes de Salvador e Região Metropolitana", realizado em 2009 por estudantes da Faculdade de Comunicação da UFBA. Contamos com a presença dos integrantes das Salas Verdes.

Por: Profª Rejâne Lira, coordenadora do NOAP/UFBA

Nota: Aula Inaugural


O dia 1º de março marcou o início das atividades no Programa Social de Educação, Vocação e Divulgação Científica Ciência, Arte & Magia no ano de 2010. A aula inaugural aconteceu no Instituto de Biologia da UFBA e contou com a presença dos estudantes do Colégio Militar da Bahia, Evaristo da Veiga, Odorico Tavares e Alfredo Magalhães.
Foram apresentados os projetos relativos ao ano de 2010, lançamento de vídeos e a entrega de certificados dos educandos concluintes do Programa.

quinta-feira, 4 de março de 2010

8ª Feira Brasileira de Ciência e Engenharia

A Feira Brasileira de Ciência e Engenharia (FEBRACE) está na sua oitava edição, e será realizada entre os dias 8 e 13 de março na USP (Universidade de São Paulo) - conta com a participação de estudantes, escolas, professores(as), mães e pais de estudantes brasileiros.
Afiliada à Intel ISFE (Feira Internacional de Ciências e Engenharia), realizada no mês de maio nos EUA, a FEBRACE também irá expor projetos de 40 nações diferentes de todo o mundo.
Um dos representantes do estado da Bahia, Igor Santos, é aluno do Projeto Social de Educação, Vocação e Divulgação Científica: Ciência, Arte & Magia.



Igor Gomes da Costa dos Santos, tem 15 anos, é estudante do Colégio Estadual Odorico Tavares e representará a Bahia na 8ª Febrace, juntamente com seus orientadores, Jorge Lucio Rodrigues das Dores e Lucas Souza Caldas Lordelo.



O Projeto idealizado pelo estudante intitula-se: Contribuições da Espectroscopia para Física do Século XX , e relata, através de pôster, apresentação oral e um experimento, as contribuições recebidas pela Física do Século XX através do desenvolvimento da Espectroscopia e as contribuições recebidas pela Espectroscopia da Física do Século XX.

"Os objetivos da Febrace são: - estimular novas vocações em Ciências e Engenharia através do desenvolvimento de projetos criativos e inovadores; - aproximar as escolas públicas e privadas das Universidades, criando oportunidades de interação espontânea entre os estudantes e professores das escolas com a comunidade universitária (estudantes, professores, funcionários), para uma melhor compreensão dos papéis das Universidades em Ensino, Pesquisa, Cultura e Extensão."
Fonte: FEBRACE

Escorpiões e Escorpionismo




Promovido pelo Núcleo Regional de Ofiologia e Animais Peçonhentos (NOAP), o curso "Escorpiões e Escorpionismo" aconteceu no Instituto de Biologia da Universidade Federal da Bahia (UFBA) entre os dias 3 e 5 de fevereiro.

Com a carga horária total de 20h, o curso abordou "aspectos sobre a sistemática, taxonomia, história natural, ecologia, comportamento e veneno dos escorpiões; além disso, foram discutidos assuntos relacionados ao envenenamento, produção de soro e controle desses animais no ambiente urbano, assim como medidas de educação em saúde."

Financiado pela Fapesb e coordenado pela Profª Rejâne Lira, as aulas tiveram como objetivo principal fazer parcerias com as intituições que trabalham com este tema, afim de passar as experiências obtidas em 23 anos de estudo e trocar informações com quem está diretamente comprometido em diminuir esse problema, a exemplo do Centro de Controle de Zoonoses de Salvador, órgão responsável pelo Programa de Controle de Escorpiões na cidade.




O curso também contou com a presença do pessoal do Ciencia Arte & Magia. Os meninos e meninas do projeto apresentaram uma peça chamada "o manual de escorpianismo," onde encenaram a falta de preparo, cuidado e informação para lidar com "ataques" de escorpiões.



Fonte: Universidade Federal da Bahia (www.ufba.br)

segunda-feira, 1 de março de 2010

Papisa Joana: você não pode deixar de ler!

Por Rosely Lira
Ler é, para mim, uma das atividades mais arrebatadoras que existem. Mexe com todos os meus sentidos, além de mexer com os meus valores, crenças, sentimentos e memórias mais antigas. A depender do conteúdo da leitura chego até a mergulhar no cenário, independente do tempo e do espaço e, durante alguns minutos, passo a fazer parte daquela história, me identificando com um ou outro personagem ou participando como um figurante que presencia todos os momentos, sem emitir uma única palavra. Sofro, torço, suo frio e crio expectativas. Necessito da companhia constante de um livro.


Como gosto de compartilhar, não poderia deixar de recomendar a leitura do livro “Papisa Joana”, de Donna Woolfolk Cross, da Geração Editorial, que conta a história de Joana, uma menina de inteligência rara, que enfrenta os preconceitos e as dificuldades de ser mulher em pleno século IX, na Alemanha Medieval, quando a ignorância do povo, a fome, a necessidade de sobreviver diante de poucas perspectivas, o autoritarismo masculino e a prepotência da Igreja Católica descreviam o mais amplo significado do termo “Idade das Trevas”. Desde o seu nascimento, apenas vitorioso graças à ajuda de uma parteira que anos mais tarde foi julgada como bruxa (apenas por conseguir curar preparados caseiros as doenças comuns da época) até a sua descendência (filha de um cônego - medíocre e frio, que apenas repetia os conhecimentos católicos sem nenhuma capacidade de reflexão ou de análise, preconceituoso e autoritário, retrato impecável dos homens daquela época - e de Gudrun, uma bela saxã que viu no seu marido a única esperança de sobrevivência, mesmo pagando o alto preço do silêncio e da humilhação por ter sido criada em outra crença, encontrando apenas nas suas lembranças antigas o bálsamo para curar a amargura da sua vida difícil) faziam de Joana apenas mais um caso comum de uma mulher condenada aos afazeres domésticos, à reprodução, ao medo, à ignorância e ao silêncio.

A história de Joana simboliza o mais perfeito significado da palavra resiliência (do inglês resilience – capacidade de superar, de se recuperar de adversidades), por perceber e escolher os castigos mais cruéis a se acomodar na ignorância e na limitação de continuar vivendo no mesmo lugarejo do seu nascimento. Joana aproveita a ausência temporária dos pais (dedicados diariamente a tarefas tão distintas) para, com a ajuda do irmão mais velho, Mateus, (primogênito e, por isso detentor de todas as regalias para abdicar do trabalho braçal em prol dos estudos), para alfabetizar-se e aprender a ler os textos considerados sagrados e também os proibidos. Diferentemente de Mateus, Joana possui o raro diferencial de contestar e analisar o conteúdo das palavras, raciocinando logicamente sobre o conteúdo dos escritos, sendo considerada uma aberração tanto para as mulheres quanto para os homens, mas um deleite para os verdadeiros mestres.


Alguns trechos do livro me fizeram lembrar o filme “Sociedade dos poetas mortos” (direção de Peter Weir), quando a exigência aos alunos era apenas sobre o processo de repetição, jamais de análise e muito menos de questionamento. As duas histórias mostram jovens que poderiam utilizar o conhecimento como forma de elevação e são impedidos pelos falsos mestres, temerosos de serem superados, modificando e sacudindo a hipocrisia do que foi construído.
Papisa Joana nos faz mergulhar no século IX e nos incita a vontade de aprender mais sobre Carlos Magno e o seu vasto império. É também válido e interessante ler sobre a reforma na educação e os programas de estudo que caracterizavam o trivium (gramática, retórica e dialética) e o quadrivium (aritmética, geometria, astronomia e música) e sobre o processo de ensino em poder da Igreja e disponível apenas para muito poucos. Os poucos que tinham acesso ao conhecimento liam, escolhiam e traduziam os textos originais conforme lhes convinham, distorcendo o verdadeiro conteúdo dos seus autores. Ou pior: queimavam e extinguiam qualquer obra que parecesse ameaçadora, retirando por completo preciosidades que poderiam mudar a história das ciências e o destino da humanidade.
Joana é, sem dúvida, um personagem cativante. Uma mulher oculta numa figura masculina, escondida sob o nome de João Ânglico, arrebatada pelo amor proibido pelo único homem que lhe compreendeu e a acompanhou de fato, que chega ao mais alto posto da Igreja Católica, sucedendo o Papa São Leão V (assassinado em 855 d.C.). A sua trajetória durante a vida adulta mostra, ainda, a sua intrigante capacidade de autocontrole e de recursos para manter ocultos os seus segredos nos bastidores da suja escalada pelo trono mais cobiçado da Igreja Católica recheado de manipulações, intrigas, traições e assassinatos.

Falar mais é entregar toda a história tirar o prazer das descobertas e surpresas a cada página. Segundo a autora, os registros do papado de Joana foram estrategicamente destruídos no século XVII e hoje mostram que Bento III sucedeu o Papa São Leão V. Verdade ou lenda eu torço para que uma mulher realmente tenha ocupado um trono tão cobiçado, mostrando que se não há uma “pulga atrás da nossa orelha” qualquer pessoa nos convence realmente de qualquer coisa.

Ficam os meus questionamentos que faço questão de dividir com você:

O conhecimento liberta ou nos coloca num beco sem saída quando sabemos que sozinhos não podemos mudar o mundo? As nossas escolhas e, principalmente, a verbalização das nossas escolhas não nos remetem a um só destino: à solidão? Descobrir a verdade é melhor do que continuar ignorante dos fatos e da capacidade das pessoas para se obter o que se quer?

Século IX(Papisa Joana), século XX (Sociedade dos poetas mortos) e século XXI (nossa triste realidade) e uma única expectativa para os nossos alunos: repetir, não analisar, não questionar e repetir os modelos impostos. O que mudou mesmo em doze séculos?
Se os livros foram traduzidos por homens comuns e mal intencionados e os originais destruídos, onde está mesmo a palavra de Deus, senão dentro de nós mesmos? Por que, então, nos deixamos guiar sem oferecer nenhum tipo de resistência, colocando entre nós e Deus emissários e representantes que escondem sob os seus glamorosos paletós, túnicas e sorrisos estrategicamente treinados para nos fazer enxergá-los como símbolos de pureza e de benevolência quando, na verdade, ocultam todos os vícios de qualquer mortal comum. Por que não nos aventuramos em beber de fontes diversas e encontramos, nós mesmos, o que chamam de Deus?

O meu Deus é diferente do seu Deus. Bebemos de fontes diferentes, porque possuímos histórias de vida e procedências distintas. E agora? Quem está mesmo com a verdade? Quem é o mais virtuosos dentre nós? É possível coexistirmos diante de tantas diferenças ou só pode prevalecer uma única verdade?

Boa leitura e até a próxima oportunidade.

Rosely Lira – Bacharel em Química pela UFBA – Coordenadora dos Laboratórios de Saúde e Engenharia da UNIJORGE – Centro Universitário Jorge Amado. Contatos: roselyclira@yahoo.com.br.