segunda-feira, 26 de maio de 2008

Especial Semana dos Museus - 12 a 18 de maio/2008

O NOAP (Núcleo de Ofiologia e Animais Peçonhentos da Bahia, Instituto de Biologia da UFBA) que abriga o Projeto de Educação Social e Divulgação Científica “Ciência, Arte & Magia”, além de outros projetos como a Sala Verde “Ciência, Arte & Magia” e a “Rede de Zoologia Interativa” – REDEZOO – foi recentemente reconhecido pelo IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – como museu.

De 12 a 18 de maio foi comemorada a 6ª Semana Nacional de Museus, com o tema “Museus como Agentes de Mudança Social e Desenvolvimento”, e o NOAP participou dela com o tema “Ciência, Meio Ambiente e Comunidade”, realizando atividades nos dias 13 e 16 de maio no CIAC – Centro Integrado de Apoio à Criança e ao Adolescente – localizado no Alto de Ondina, com o “Gabinete de Curiosidades Científicas” do Ciência, Arte & Magia, a exposição viva de animais e o teatro de fantoches da REDEZOO e os jogos e palestras da Sala Verde “Ciência, Arte & Magia”.

O Ciência, Arte & Magia levou oito experimentos no “Gabinete de Curiosidades Científicas” que foram apresentados, em sua maioria, por estudantes do Colégio Estadual Evaristo da Veiga, participantes do projeto, e alguns residentes da comunidade do Alto de Ondina, e obteve resultados excelentes nas suas apresentações.

Ciência, Arte & Magia no CIAC

Os experimentos apresentados no CIAC, nos dias 13 e 16 de maio, foram Atração Magnética”, com Fernando Silva, Luis Vagner e Edgilson Almeida; Aquecimento Global”, com Mateus Pereira, Nayara Brito e Romênia; “Digestão: homem versus serpentes”, com Mariana Costa; “A intensidade do cheiro”, com Paola e Elisabete; “Pescando a Evolução”, com Deivisson Freitas; “A Sala Verde e a Comunidade”, com Matheus Sá; “Animais Peçonhentos: medo sem fundamento?”, com Oto Gibson, "Água Destilada" com Mateus Ceuta, além da atividade “Labirinto do Mundo”, com Jéferson Silva e Maria Helena.

As apresentações dos experimentos foram excelentes, e as crianças e adolescentes do CIAC mostraram muito interesse. Todos os trabalhos buscavam trazer aos seus espectadores um outro olhar sobre a ciência, tornando-a mais próximas das atividades cotidianas e dos fenômenos presentes no planeta que nos afetam diretamente. Mariana Costa falou da recepção do seu trabalho pelas crianças do CIAC: “A recepção foi muito boa, todos tinham muitas dúvidas e se interessaram bastante pelo trabalho, até perguntaram se eu iria voltar outro dia.”.

Além da apresentação dos experimentos, a bióloga Roberta Smania ministrou uma mostra de vídeo sobre dengue, e os estudantes Carlos Alves e Caio Vinícius, bolsistas IC Jr. UFBA/FAPEB/CNPq, conversaram com as crianças e adolescentes sobre ciência, o que ela era e como poderia ser produzida, levando-os uma visão interativa e criativa dos trabalhos científicos. Os estudantes Jéferson Silva e Maria Helena ministraram a atividade de reflexão “Labirinto do Mundo - Comenius”, explicando, aos que se interessavam, sobre o objetivo do labirinto e o significado de chegar ao seu centro, estimulando-os a experimentar o percurso dele. Jéferson reconhece a importância do trabalho para a comunidade: “Passar um pouco do que nós fazemos à comunidade é muito bom, porque nós somos a comunidade. Levar a ciência, a tecnologia, a comunicação e outras coisas foi muito interessante”.

A coordenadora pedagógica do Ciência, Arte & Magia, Rosimere Lira, ressaltou a importância de levar os estudantes do Evaristo da Veiga que participam do projeto à essa atividade por eles residirem na comunidade do Alto de Ondina, e terem a obrigação de disponibilizar, à ela, o que estão fazendo no Centro Avançado de Ciências. Segundo Rosimere, essa iniciativa fará com que os estudantes, que levaram os experimentos, sejam valorizados pela sua comunidade.

O integrante do CIAC Igor Mateus Carneiro Maia, 10 anos, falou sobre o que achou das atividades e comentou o experimento “Animais Peçonhentos: medo sem fundamento?”: “Gostei muito das experiências, porque o CIAC é um lugar muito calmo, e é a primeira vez que vejo isso aqui. A que mais gostei foi a apresentação da aranha, eu não tive medo”. A coordenadora do CIAC, Sônia, disse-nos que as crianças ficaram muito motivadas com a atividade por ser uma oportunidade que eles não tiveram até então. Sônia disse que com as atividades realizadas, a cultura veio até as crianças, e ressaltou que espera que tudo isso seja somente o início de uma parceria, para que as crianças tenham a oportunidade de ter acesso a várias informações que não tinham antes.

No final das atividades, foram sorteados três livros “Laboratório do Mundo: o Jovem e a Ciência” e três DVD “Jovens Repórteres Científicos – Um Minuto para a Ciência” entre as crianças. Mesmo com o tempo curto em que foram realizadas as atividades, elas se mostraram bastante satisfeitas, e os integrantes do projeto muito interessados na atividade de popularização da ciência realizada nesses dois dias.

Veja fotos da semana:

sábado, 17 de maio de 2008

Novas turmas no Centro CPM

Duas novas turmas em atividade no Centro Avançado de Ciências do CPM Dendezeiros

Foi no dia 10 de abril de 2008, no auditório do CPM, a cerimônia de entrega dos guarda-pós da terceira turma do Centro Avançado de Ciências do Colégio da Polícia Militar (Dendezeiros). Esta cerimônia marca a iniciação dos estudantes na vida científica, onde o guarda-pó ou jaleco, símbolo do cientista, é entregue a cada um pelos pais, que se comprometem em ajudá-los nesta nova jornada. A Cerimônia contou com a palestra de Roberta Smania sobre os resultados do Projeto, a condução da Educadora Rosimere Lira, o Professor da nova turma, o Biólogo Jorge Bugary Teles Junior e a diretoria do CPM composta por:

-Diretor Geral do Colégio da Polícia Militar Dendezeiros (CPM):

Ten Cel PM Hélio Alves Gondim

-Diretora Pedagógica CPM Dendezeiros:

Jacyara Simões Petersen

-Diretor Adjunto Escola Primária da Polícia Militar Dendezeiros (EPPM):

Maj PM Carlos Augusto Reis Santos

-Chefe da Unidade de Desenvolvimento de Ensino CPM Dendezeiros (UDE):

Maj PM Copérnico Mota da Silva

-Coordenadora do Centro Avançado de Ciências do CPM Dendezeiros:

Enoilma Simões Paixão Correia Silva


Os estudantes da terceira turma, já em atividades às terças e quintas no CPM sob coordenação do professor Jorge Bugary, são os seguintes:


Caio Cezar Santos Barbosa Alves

Catherine Marcele F. do Esp. Santo

Evelin Caren Lima Bispo

Everton do Espírito Santos Oliveira

Gisa Cristina Oliveira Souza

Ilana J. de Alcântara Pêpe

Ítalo Francisco Santana de Oliveira

Jean Vidal Nunes

Leandro Antonio Conceição Pereira

Mariana Moreira da Silva

Marise Martins França

Patrícia Azevedo Alves

Renan Xavier Caliga Cardoso

Samuel Possidonio de Souza

Suzane Oliveira Vitorino

Vicente Braga Barbosa

Pedro Israel Moraes de Souza

Joana Braga Barbosa

A quarta turma, composta de 14 estudantes do I ano, inciará suas atividades nesta segunda-feira, dia 19 de maio, sob coordenação da profª. Enoilma Paixão. Os antigos estudantes coordenados por ela serão os novos bolsistas de iniciação científica júnior, e freqüentarão a partir de agora o Centro UFBA. As duas novas turmas contam com a ajuda dos estagiários do Ciência, Arte & Magia Esiel Pereira Santos e Bruno Pamponet Silva Santos. Em breve no Pergaminho Científico o nome dos estudantes e os seus planos de trabalho.


Veja mais fotos da entrega dos guarda-pós:


Observar, observar, sempre observar! Pe. Jorge Polman

Por Rosimere Lira.

Em 2004, Audemário Prazeres¹ publicou pela primeira vez na rede mundial de computadores (internet), na revista Macrocosmo, uma matéria contando um pouco do pioneirismo de Pe. Jorge Polman, e sua enorme contribuição no que se refere à divulgação da Astronomia no Brasil². Concordo plenamente com ele, quando disse que é extremamente importante, principalmente por aqueles que tiveram a oportunidade de conviver com o “Grande Mestre”, divulgar seus méritos astronômicos, e como professor. Holandês de nascença, pernambucano por opção e brasileiro acima de tudo por sua dedicação. Aproveito o espaço para deixar também registrada uma pequena homenagem ao meu querido professor de Ciências, Padre Jorge, na 5ª série do ensino fundamental do Colégio São João da Várzea, Recife, Pernambuco no ano de 1976. Johannes Michael Antonius Polman, nasceu no dia 07 de janeiro de 1927, na cidade de Amsterdan, Holanda. Antes de chegar ao Brasil era militar holandês, e chegou inclusive a participar da guerra da Indonésia em 1949, onde manobrava tanques de guerra. Sua chegada ao Brasil se deu no ano de 1952, até então não era conhecido como padre Jorge, pois não era padre ainda, este feito veio a ocorrer no ano de 1957, no Seminário Menor da Várzea, pertencente à Ordem do Sagrado Coração de Jesus, quando recebeu ordenação de sacerdote no dia 01 de novembro, onde a partir desse momento ficou largamente conhecido como Padre Jorge Polman.

Padre Jorge era extremante carismático, moderno, criativo e inovador, tinha sempre um sorriso nos olhos, como aparece na foto acima, e tudo no colégio parecia girar em torno dele, pois quando passava pelos corredores e pátio, os alunos sempre o abordavam com algum assunto, principalmente sobre Astronomia, e ao redor dele se aglomeravam estudantes sedentos por conhecimento. No primeiro dia de aula de cada turma, todos os alunos eram levados por ele para conhecer o que já era comentário de toda escola, o CEA (Clube Estudantil de Astronomia), fundado no ano de 1972, onde estava localizado o famoso observatório de Padre Jorge. Este prédio possuía uma sala-auditório, banheiros, um quarto (aposento de Pe. Jorge, onde ele possuía uma biblioteca particular com inúmeros livros de Astronomia), uma sala recepção, uma oficina, uma pequena sala com quadros e experimentos. No 1º andar havia a sala da Hora, ou sala do Tempo com vários relógios, e uma sala pequena onda havia uma escada de acesso às cúpulas que na época abrigava um telúrico feito pelo próprio Pe. Jorge, além de vários mapas estelares em um armário próprio.


Pela primeira vez, neste dia observei o céu através de seu telescópio newtoniano de 6’’, com micro-regulagem manual, carinhosamente apelidado de tequinho, por ter sido o primeiro instrumento com que se viu no Brasil o cometa Kohoutek. Esse foi um momento inesquecível tanto para mim, quanto para meus colegas, todos no alto dos seus 10 a 11 anos de idade! Motivados por observar a beleza e grandiosidade do Universo, é que muitos estudantes passavam a freqüentar o CEA. Vale salientar que as meninas não eram admitidas no Clube, pois como o mesmo funcionava dentro do Mosteiro de padres, e à noite, não era permitida a entrada de moças. Ricardo Lira, meu irmão, era aluno da 7ª série do ensino fundamental do colégio na época, e foi aluno do CEA. Ele possuía uma carteira de sócio do Clube, e muitas vezes, me mostrou no céu várias constelações e planetas. Em recente troca de e-mails a respeito da reportagem feita pelo Audemário, ele me escreveu o seguinte:

Obrigado pela lembrança e pela matéria. É sempre bom relembrar momentos importantes em nossa vida, e, certamente este foi um deles. O pouco que aprendi sobre Astronomia com Pe. Jorge, trago comigo até hoje, e em alguns momentos, foram de grande utilidade e inspiração”.

As aulas de ciências eram sempre muito esperadas, pois aconteciam no laboratório, que ficava no 1º andar do prédio anexo ao pavilhão de aulas, e eram experimentais. Pela primeira vez, naquele ano, participei de uma Feira de Ciências, onde cada um dos alunos do meu grupo ganhou uma medalha de “Honra ao Mérito”, pelo melhor trabalho da 5ª série. Construímos um destilador!

Padre Jorge faleceu no dia 02 de julho de 1986, aos 59 anos vítima de um AVC (acidente vascular cerebral), provavelmente provocado pelo enorme desgosto de saber que seu ideal, que eram as instituições SAR (Sociedade Astronômica do Recife) e CEA, estavam chegando ao fim, juntamente com seu enorme patrimônio, conquistado com muito esforço e dedicação estavam tomando destino ignorado. Vale salientar que Pe. Jorge foi convidado para inauguração da Unidade de Extensão da Universidade e Observatório Astronômico de Antares em Feira de Santana, na Bahia, pelo presidente do Conselho da Fundação da Universidade Estadual de Feira de Santana, Dr. Geraldo Leite, em 19 de outubro de 1974. Podemos considerar que as atividades iniciadas no CEA eram de ensino não-formal, como são as desenvolvidas nos Centros Avançados de Ciências do Projeto Ciência, Arte & Magia. Jamais esquecerei Pe. Jorge, e percebo isso toda vez que me sinto emocionada por alguém que diz o que disse um estudante na entrevista de seleção da 1ª turma para o Centro do Colégio da Polícia Militar em 2005. O estudante Danilo Moreira de Sá, quando perguntado sobre o que mais gostava de fazer, me respondeu simplesmente: “Olhar para o céu, e observar as estrelas!”.

1 – Audemário Prazeres, Presidente da Sociedade Astronômica do Recife – S.A.R., sendo ex-aluno e grande admirador do Pe. Jorge Polman, o “GRANDE MESTRE”.

2 – PRAZERES, A. Observar, observar, sempre observar!. Revista macroCOSMO.com, ano I, Edição nº 8, Julho de 2004. Disponível on line em:http://www.revistamacrocosmo.com/edicoes/download/pdf/ macrocosmo8.pdf. Acessado no dia: 20 de Março de 2008.

sábado, 10 de maio de 2008

Inércia ou inércias?


Inércia ou inércias?

Outro dia estava eu conversando com o Prof. de Física Jorge Lucio e falávamos da nossa ansiedade para mudarmos a face do ensino das ciências. Falávamos das dificuldades que encontrávamos para tanto e da resistência que se nos impunham os circunstantes.

Na minha ousadia peculiar de me intrometer na seara alheia, mero licenciado em Biologia, ensinando Química por circunstâncias, pedi ao colega licença para inquiri-lo e perguntei: sabe você o que é inércia? Evidentemente que sabia e a resposta veio imediata, “é a primeira Lei de Newton”. Não satisfeito, pedi o enunciado e sem tardança veio a resposta:

"Um corpo em repouso irá permanecer em repouso até que alguém ou alguma coisa aplique uma força resultante diferente de zero sobre o mesmo.Um corpo em MRU irá permanecer em MRU até que alguém ou alguma coisa aplique uma força resultante diferente de zero sobre o mesmo"

Sim, disse eu. Para vencer a inércia é, portanto, necessária que uma força aja sobre este corpo, então posso dizer que inércia é uma força capaz de modificar o estado de repouso ou movimento de um corpo. Perdoem-me os Físicos.

Aí eu perguntei: então esta força deve ser diretamente proporcional a massa deste corpo? Não sei se por mera educação ou pelo raciocínio, que me pareceu lógico, ele concordou.

Pois é meu caro Professor, existe também na Biologia e na Sociologia (olha minha ousadia de novo) uma outra inércia que é a causa de toda esta nossa dificuldade e o peso para todos aqueles que buscam melhorar o ensino.

Intrigado ficou Lúcio, apesar de toda sua lucidez, sem demora mandei minha explicação:

Inércia biológica é a inércia mental que dificulta ou inibe toda e qualquer melhora. Assim como para vencer a inércia da Física de Galileu e Newton é necessária a aplicação de uma força tanto maior quanto a massa do corpo, para vencer a inércia biológica também se faz necessário aplicar-se uma força, só que, diferentemente, ela será exponencial e inversamente proporcional à massa encefálica do indivíduo, ou seja, tanto maior quanto menor for sua massa encefálica

Já passava do meio dia, fomos almoçar.

Herval Leal é Biólogo, Professor do Colégio Estadual Odorico Tavares e nosso Colaborador no Projeto Ciência, Arte & Magia.

sábado, 3 de maio de 2008

Especial FENACEB

Confira aqui os passos dos estudantes e professoras do Ciência, Arte & Magia na FENACEB!



Nove estudantes do Ciência, Arte & Magia participaram da 2ª edição da Feira Nacional de Ciências da Educação Básica (FENACEB), promovida pelo Ministério da Educação e pela UNESCO. O evento foi realizado em Brasília de 15 a 17 de abril, e reuniu um total de 170 trabalhos. O Centro Avançado de Ciências da UFBA participou com quatro trabalhos, escolhidos após uma avaliação de todos os experimentos apresentados no “Laboratório do Mundo: O Jovem e a Ciência”, que aconteceu em Outubro de 2007 e levando em conta a assiduidade, a participação e a facilidade de se comunicar dos estudantes.

Os trabalhos escolhidos para apresentação na feira foram “A Sala Verde e a Comunidade” de Matheus Sá e Oto Gibson, “Cheirando com outros olhos” de Naiara Ramalho e João Carlos, “Engolindo os fatos: a digestão começa na boca?” de Caio Vinícius, Carlos Alves e Drielle Bidu e “A Ciência e a Arte da Taxidermia”, de Orlando Augusto e Deivisson Freitas . Todos os alunos são ou foram bolsistas de Iniciação Científica Júnior do Programa Interinstitucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC/UFBA/FAPESB/CNPq). A Pedagoga Rosimere Lira e as Biólogas Roberta Smania e Rejâne Lira foram as professoras orientadoras que acompanharam os estudantes nesta jornada e participaram como observadoras, da Conferência Nacional de Educação Básica.

O objetivo da FENACEB é reunir num único lugar as atividades de iniciação científica das escolas da rede pública e centros de ciências de todo o Brasil. Além de uma diversidade de trabalhos, a feira foi uma oportunidade de integração dos estudantes com jovens de todos os estados brasileiros, resultando numa grande troca de cultura.

O Ciência, Arte & Magia também participou da 1ª edição da FENACEB com a apresentação de seis trabalhos, em novembro de 2006, na Universidade Federal de Minas Gerais, em Belo Horizonte. Esta reuniu 135 trabalhos, um número menor do que na 2ª. Essas participações ajudam o Centro de Ciências a apresentar trabalhos cada vez mais qualificados, sempre superando as expectativas da equipe.


Uma Semana na FENACEB


Os estudantes saíram de Salvador na segunda-feira, dia 14/04, num vôo às 16h35min. Chegaram à Brasília às 18h35min. Na chegada ao Aeroporto, receberam orientações dos organizadores do evento para esperar o ônibus que os conduziria até o hotel. Todas as despesas de deslocamento, hospedagem e alimentação foram arcadas pelo Ministério da Educação.



Na terça-feira, 15/04, data de início do evento, os estudantes chegaram ao centro de convenções Ulysses Guimarães às 08h00min para arrumar os estandes. O horário de início das apresentações era às 09h00min. Neste primeiro dia de apresentação, os estudantes tiveram a oportunidade de conhecer o ritmo da feira e os visitantes dos seus estandes. A exposição e realização dos experimentos foram as mesmas do evento regional “Laboratório do Mundo: o Jovem e a Ciência”, em outubro de 2007. No final das atividades, às 17h00min, os estudantes assistiram a abertura do evento com peça teatral e coral.











Na quarta-feira, 16 de abril, o ritmo de atividades foi ainda mais intenso. O número de escolas visitantes cresceu, e as apresentações foram repetidas com mais freqüência. A estagiária Mariana Sebastião e o estudante Deivisson Freitas, acompanhados das professoras Rejâne Lira e Rosimere Lira foram ao Ministério da Ciência & Tecnologia entrevistar o Dr. Isaac Roitman, criador do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica Júnior (PIBIC Jr.). Mariana e Deivisson perguntaram ao Dr. Isaac como foi pensado o PIBIC Jr., qual o seu quadro atualmente, as maiores dificuldades e a nova proposta de Iniciação Científica no Ensino Fundamental. A entrevista fará parte de um documentário sobre a FENACEB, produzido pela estagiária Mariana Sebastião. À noite, convidados pelo Dr. Isaac, os estudantes foram a um rodízio de pizzas, e trocaram com ele várias experiências.








Ainda no dia 16, a estagiária Mariana Sebastião entrevistou o Secretário de Educação do Estado da Bahia, Adeum Sauer. O secretário respondeu sobre as medidas para reverter à situação da educação pública na Bahia e as idéias para melhorar o ensino de ciências no Estado. Mais tarde, Mariana Sebastião, Deivisson Freitas e a Profª Rejâne Lira visitaram o CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico). O objetivo foi entrevistar a coordenadora de Programas Acadêmicos, Drª. Silvana Medeiros. Mariana e Deivisson falaram das suas experiências como bolsistas de Iniciação Científica Júnior e perguntaram à Dr. Silvana sobre o PIBIC Jr., suas expectativas para o futuro e o novo projeto de Iniciação Científica no Ensino Fundamental. Depois, visitaram a Assessoria de Comunicação Social do CNPq. A jornalista Eliane Discacciati apresentou-os a assessoria, contou a rotina de trabalho dos jornalistas, apresentou o jornal impresso do CNPq e sugeriu a divulgação do Pergaminho Científico pelo site do Conselho. As duas entrevistas também farão parte do documentário da FENACEB.







No dia 17 de abril, quinta-feira, a expectativa já era de despedida. Neste último dia de atividades, os estudantes apresentaram mais uma vez os seus trabalhos para as escolas e professores que freqüentavam a Conferência Nacional da Educação Básica. No turno vespertino, fizeram um passeio para conhecer a Capital Federal. Visitaram o Congresso Nacional e fizeram um passeio guiado à Câmara dos Deputados e ao Senado federal. Depois foram à Torre de TV de Brasília, para ver a cidade do alto. Na volta ao centro de convenções, os estudantes assistiram ao encerramento do evento, que foi a premiação do concurso “Prêmio Ciência” para escolas públicas. À noite, os estudantes se reuniram para comemorar o aniversário surpresa da estagiária Mariana Sebastião. No dia 18 de abril, os estudantes voltaram a Salvador num vôo de 11h10 min. Carregavam já formadas as suas opiniões sobre o evento e as experiências adquiridas com as atividades.














Os Trabalhos


Os estudantes falaram dos seus trabalhos na feira e de suas impressões sobre o evento:

“Engolindo os fatos: a digestão começa na boca?” – Caio Vinícius, Carlos Alves e Drielle Bidu.

Por Drielle Bidu








Nosso trabalho apresentado na FENACEB busca mostrar a importância da mastigação no processo da digestão. Nós utilizamos alguns alimentos como feijão, arroz, soja, pão, biscoito, e materiais como tubos de ensaio, sulfato de cobre, lugol, hidróxido de sódio e efervescente. Primeiro Carlos Alves explica sobre as proteínas. O participante do experimento escolhe o alimento que acha que tem proteína entre os expostos. O escolhido é colocado no tubo de ensaio e misturado com hidróxido de sódio e sulfato de cobre. Se o alimento contiver proteína, ficará com uma tonalidade perto de roxo, lilás. Após a apresentação da proteína, Caio Vinícius faz a apresentação do amido. Da mesma forma que o experimento sobre a proteína, o participante escolhe dentre os alimentos aquele que acredita ter amido. Este é colocado no tubo de ensaio e misturado com lugol. Se ficar em uma tonalidade perto de roxo, quase preto, o alimento contém amido. Depois disso, eu simulo a ação do suco gástrico sobre o alimento no estômago com dois Béqueres de 250 ml, cheios de água. A água representa o suco gástrico e o Béquer, o estômago. Em um eu coloco efervescente “mastigado”, e no outro, “não mastigado”. O objetivo é mostrar que o alimento “mastigado” no estômago tem uma melhor facilidade de dissolução, indicando assim que é imprescindível mastigar bem os alimentos. No final distribuímos fitinhas de PH que servem para medir a acidez da saliva. Achei a FENACEB parada. Lá tínhamos que ficar chamando os estudantes para assistir o experimento, já que ninguém parava para assistir nossa apresentação. Não estava dinâmica quanto esperava, e os estandes dos outros estados estavam vazios. Mas nosso experimento atingiu o objetivo. As pessoas gostavam porque era bem interessante e nós exibimos alimentos na mesa, e isso causava curiosidade.


A Ciência e a Arte da Taxidermia” – Orlando Augusto e Deivisson Freitas

Por Deivisson Freitas


Ao realizarmos esse trabalho, Eu e Orlando – minha dupla – objetivamos dar acesso ao público sobre o que vem a ser a taxidermia, pois o conhecimento desse tipo de conceito é restrito àqueles que trabalham nessa área. A taxidermia é o conjunto de técnicas e procedimentos que possibilitam e tem por objetivo o resgate de espécimes animais descartados, ou seja, age como se fosse uma reciclagem do lixo animal. Animais vertebrados mortos que seriam descartados e apenas apodreceriam na natureza são reutilizados com fins científicos, didáticos ou até mesmo para fins de lazer. Na taxidermia é feita uma incisão no ventre do animal e, por esse corte, são retirados todos os órgãos, ossos e vísceras. A pele - agora “oca” – é recoberta com substâncias químicas, como o borato de sódio (bórax), que irão protegê-la contra a ação de bactérias decompositoras. Além disso, a taxidermia pode resultar numa montagem osteológica. Toda carcaça retirada do animal é limpa através da maceração e no final desse processo os ossos saem limpos, prontos para serem montados, como no esqueleto original. Mostramos esses processos para as pessoas através de um rato taxidermizado que tínhamos “em mãos”. Os ossos dele não tinham passado pelo processo de montagem osteológica, logo, estavam soltos um do outro. Pedíamos às pessoas que localizassem o lugar de alguns ossos na figura do esqueleto completo em menor tempo possível. Essa tática foi utilizada por ser um jogo dinâmico que permitia a participação direta do público, também por atrair muito a atenção das pessoas, que ficavam encantadas com os ossinhos do rato. Houve momentos na feira que dava para apresentar bastante. Entretanto, em alguns momentos, muitas pessoas passavam, perguntavam do que se tratava o trabalho e seguiam direto, sem dar atenção. O bom foi que pude conhecer pessoas maravilhosas de todos os cantos do Brasil. Simplesmente, inesquecível.


“A Sala Verde e a Comunidade” – Matheus de Sá e Oto Gibson

Por Oto Gibson









O principal objetivo da ida da Sala Verde à FENACEB foi a sua divulgação. Levamos o espaço para que as pessoas conhecessem a Sala Verde, já que é um projeto não muito divulgado. A Sala Verde é um espaço de democratização das informações sócio-ambientais e procura atingir todas as faixas etárias de todas as camadas da sociedade de uma forma dinâmica. Reconhecemos que o planeta se encontra num grande estado de desequilíbrio e se faz necessária a disseminação da idéia de preservação ambiental. Através desse incentivo à educação ambiental, a Sala Verde Ciência, Arte & Magia busca a partir de jogos, oficinas, palestras, reuniões etc. trabalhar com a idéia de preservação do meio ambiente. Uma Sala Verde pode ser fundada por qualquer instituição ou ONG. Gostei muito da FENACEB, achei que todos que paravam para assistir a nossa apresentação ficavam satisfeitos, entendiam o que era a Sala Verde, seu trabalho com a comunidade, seus propósitos e o seu funcionamento. A nossa participação foi muito comentada, principalmente pelos professores.


“Cheirando com Outros olhos” – João Carlos e Naiara Ramalho

Por Naiara Ramalho







Nosso trabalho é o “cheirando com outros olhos”, por que isso? Porque pedimos para que se identifiquem substâncias sem que a visão possa influenciar. Para isso, padronizamos cinco substâncias e nelas colocamos anilina, para que não relacionem a cor com o cheiro, ou sabor. No experimento A, as pessoas tentam identificar essas cinco substâncias e anotam em um gabarito. Depois, explicamos o sistema olfativo. Onde o olfato funciona através do cérebro, que atrás dos orifícios das cavidades nasais existem 10 milhões de neurônios olfativos, que são células cerebrais ciliadas, depois as informações são enviadas para o bulbo olfativo, onde se combinam as proteínas. De lá as informações podem seguir por dois caminhos, um para as localidades consideradas superiores do cérebro, onde o aroma é gerado e outra para as localidades consideradas primitivas, que comandam nossas memórias e emoções olfativas. No experimento B, a diferença é que no intervalo de uma substancia e outra, o participante cheira os grãos do café torrado, e também anotar no gabarito. Então explicamos que o café purifica o olfato, e falamos que café tem a capacidade de não deixar nenhum resíduo de pó ou micro gotas depositados nas narinas, exatamente por ser uma substância orgânica muito volátil, assim mascarando os cheiros fortes semelhantes a ele. Algumas pessoas acham que cheirando o café fica mais difícil identificar o cheiro das substâncias, embora a grande maioria ache que fica mais fácil. Essa confusão ocorre às vezes pelo fato do aroma do café ser muito forte. A FENACEB foi uma experiência diferente. Uma experiência boa. O ritmo de apresentação era bastante cansativo, quase não conseguíamos sair do nosso estande para visitar outros trabalhos. Apesar disso, conseguimos ver o resultado do nosso experimento nas pessoas, elas gostavam. Recebemos vários comentários e elogios. Professores de química e biologia passavam muito por lá. Muitos achavam o experimento muito longo, mas quem assistia, gostava.


Um estande do nosso Projeto foi também instalado na FENACEB para a divulgação do Projeto, assim como a disponibilização das nossas Produções.

Por Rejâne Lira (Coordenadora do Projeto “Ciência, Arte & Magia)

Nosso estande atraiu principalmente Professores que participavam da Conferência Nacional de Educação, além dos que estavam acompanhando os estudantes de outros estados na FENACEB, assim como nós. Foi uma experiência bastante rica na troca de experiências entre os diversos programas de Educação Científica que estão sendo realizados por este Brasil a fora. Nosso País, de dimensão continental, abriga muitas culturas e, aliado às grandes dificuldades que enfrentamos no Setor da Educação, faz com que sejamos criativos na resolução de problemas para o Ensino de Ciências. Esta iniciativa do MEC vem atender a uma demanda da sociedade, dos educadores, dos educandos e das escolas no sentido de apresentar boas iniciativas para a melhoria da Educação Básica. Finalmente, devo salientar uma particularidade do nosso Projeto em relação aos demais: o investimento na Vocação Científica, através da produção de trabalhos, frutos de planos de pesquisa de Bolsas de IC-Jr., propiciando aos estudantes o exercício da cidadania, na medida em que mostram à sociedade o resultado de suas pesquisas, de maneira criativa, interativa e lúdica.

Professora Rosimere Lira participou da reunião com os organizadores da FENACEB, no sentido de fazer uma avaliação geral do Evento e propor medidas para melhora-lá.

Por Rosimere Lira (Pedagoga do Projeto “Ciência, Arte & Magia”)

A reunião da FENACEB foi convocada pelos organizadores que solicitaram a presença de alguns professores que estavam acompanhando trabalhos na feira. A princípio, ela começou com algumas pessoas se apresentando, dizendo de onde eram e falando das ações desenvolvidas no seu estado e no seu grupo de trabalho. Fui representando a Profª. Rejâne Lira, e quando me apresentei como coordenadora pedagógica do Projeto Ciência, Arte & Magia, os professores já conheciam o trabalho da Bahia, então isso foi muito positivo. Discutimos muitas coisas, e uma delas foi a questão da verba que financiou os projetos na Semana Nacional de Ciência & Tecnologia de 2007, incluindo o nosso evento, “Laboratório do Mundo: O Jovem e a Ciência”. Todos se queixavam que o dinheiro demorava de chegar e o processo para sua retirada era muito burocrático. Mas elogiaram muito a estrutura da feira desse ano. Realmente, a estrutura foi maravilhosa. Criticaram também a falta de visitação dos estudantes da rede pública de ensino, de todas as idades, da educação infantil ao ensino médio no evento como um todo. Nós só tivemos visitação de algumas escolas públicas de Brasília que estavam expondo trabalhos lá, e em massa dos professores que estavam participando da Conferência Nacional da Educação Básica. Acho que uma feira de ciências é um espaço de visitação principalmente para estudantes, porque é feita por estudantes, os trabalhos foram construídos e estavam sendo apresentados por estudantes. Nesse caso, nada melhor do que outros estudantes assistirem para se sentirem estimulados a fazer ciência.